Em uma das minhas atuações no Hospital Maria Lucinda,muito me emocionou,a mim e meus companheiros,um olhar de um garoto que nos presenteou com instantes mágicos de felicidade e cumplicidade,transformando um corredor branco e sem muita vida daquele hospital em um verdadeiro...
vocês entenderão no texto abaixo:
Amarelo
Como obra estrategicamente pensada,num corredor silencioso e calmo,uma linha amarela surgia e um garoto curioso sobre rodas andava...
_ Um passo a frente! Um senhor de nariz vermelho ordenava...
como se fora uma seleção,apenas o de amarelo seguiria,o que para o garoto não era impedimento pois amarelo ele vestia
O jogo era construído ao passo do nariz vermelho,essa máscara que desperta aquela tal nudez desavergonhada e a deliciosa arte da inocência compartilhada...
Era chegada a hora!
Danças,canções,palavras,cenários,saltos,bichos imaginários... Olhares!
Ah... os olhares!
Aqueles faróis que iluminavam nossos passos e que suficientemente abastecidos guiavam os passos daquele reino imaginário...
Um sorriso anunciava seu governo... astuto declarava:
_De mim parte a lei!
Só a ele caberia a face... uma face que do amarelo seguiu a ordem e que em multicores respondeu seu nome:
_Chamo-me Júnior meu senhor! Posso saber a sua graça?
O senhor concentrou-se naquela criança maravilhada e abaixando-se ao nível do encontro dos olhos serenamente respondeu:
_ Júnior! Essa é a minha graça...
O garoto um tanto confuso acenava enquanto o senhor engraçado se afastava e mal sabia ele que naquele instante infinitos corpos de amarelo foram pintados.
Wellington Filho