Entrelaçados

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Diário de Bordo

Sobre desculpa, obrigado e vermelho

Por Gabriel Melo


Não tem como começar falando de hoje sem pedir desculpa, sejam a vocês, aqueles que me aguentaram com coriza, lenço e bem vermelho, ou aos pacientes que talvez não pude proporcionar um encontro como queria. Eu sempre abaixei muito a cabeça, dificilmente eu disse "não", e hoje decidi fazer uma pequena revolução, opondo-me à rinite, coriza, nariz vermelho e coceira eu disse não a desistir, e, com muito medo das consequências, me joguei no escuro com os melhores companheiros do mundo.

Foi assim que eu precisei agradecer, entrar no setor com alguma questão fora do perfeito é agoniante, motivo de grande preocupação, negando nosso eu palhaço que clama pelo erro. Fomos aquecer e os olhares e gestos denunciavam um grande impacto: ALGO EXPLODIRIA EM 10s! E assim, do que seria uma queda eles fizeram passo de dança, não dos mais meigos, visto que explodimos a sala, mas que fique dito que Julieta deu até solução para limparmos. Chegamos a conclusão de que devíamos procurar alguém para limpar nossa bagunça, nos render... Até que esbarramos nela que foi nosso guia por hoje, seja através dos alertar sobre a Tia Bete, até um esconderijo secreto do Super Daniel.

Sim, poucos sabiam que na Enfermaria 02 havia ele, um misto de vergonha e vontade, Daniel tinha uma ingenuidade que fez revelar  rapidamente seu super poder, ele estudava, sim, sob a batuta de um homem aranha mal encarado e escondido sob lençóis, ele guardava sua grandiosidade. Confesso que tive pena da admiração dele pelo Homem Aranha, visto que Juarez era muito mais forte, e quando de posses da capa do Homem Aranha... Era poder demais! E todos provamos desse poder, até que Daniel mostrou sua força e nos fez criar uma grande bagunça em outro quarto, e nesse, ninguém queria limpar.

Olhar antes de entrar, ouvir conversas da janela, pegar no flagra! Eles estavam guardando comida, estocando para uma certa guerra, mas o pior é que teimavam em assumir a verdade, preferimos poupá-los e logo nos oferecer para ir também, pois quando se tem comida e os melhores companheiros do mundo, pouco importa como vamos ou onde vamos. Subir a máscara que insistia em ficar molhada, tapar o nariz vermelho com outro, insistir no não... Hoje eu deixei de ser apenas um não teimoso, hoje arrisquei um não e ganhei sins, nada teria acontecido sem o sim mais sincero e cúmplice de Juarez, nada seria sem o sim doce e carinhoso de Julieta, nada seria vermelho se não houvesse "aguinha" no nariz, ou essas de meus olhos. Sou camaleão da vida, e negando o vermelho que me foi imposto, caí para o vermelho que foram vocês, a meus Juarez e Julieta todo o vermelho que sou é de vocês, mas da próxima vez, tomem banho

Diário de Bordo

Por Tathyana Maranhão



Sobre energia
Energia. No dicionário, "capacidade que um corpo, uma substância ou um sistema físico tem de realizar trabalho." Na prática: aquecimento, frio na barriga, projeção, brilho no olhar, encontro, 100%. Nariz no lugar, procura por encontros. Encontro com aqueles olhares tão brilhantes que ensinaram aos meus olhos o verdadeiro significado de energia. Energia vem com a gente naquela caixinha em que viemos para a Terra. Inteligência, burrice, mudo. Três narizes vermelhos tão diferentes que se encontram na energia, por que "família é família, independente da caixinha que se veio!"
Ps. Muito obrigada, T2 e Ya, por uma das atuações que mais transbordaram a minha jarra!!

Diário de Bordo

Por Yally Pessôa


Sem nariz, sem maquiagem, sem pele, sem lenço, sem documento. Nos bolsos e nas mãos só carregava uma mistura de saudade e ansiedade.
Depois de quase um ano de projeção, cá estou eu em mais um aquecimento, bem diferente daqueles do início de tudo, da descoberta. Dessa vez sem música, sem forçar, sem muitas palavras... tudo muito natural, muito leve, muita risada, muito brilho no olhar e assim, naturalmente, quando se vê, já se está pronto, alerta, com o nariz no rosto só como símbolo mesmo.
Percorrer corredores, enfrentar recepções, entender os nãos e explorar os sins. Parece simples, parece só repetição, mas é tudo novo de novo. É o de sempre só que novo. É o novo só que de sempre.
Família será sempre família, independente da caixa que se veio. Inclusive daquela com três furos que carregava um carneiro. Saudade tem cheiro, forma e cor e estará sempre guardada numa caixinha, esperando ser reaberta. Porque quem conhece a gaita já sabe quem tá chegando.
PS: um obrigada bem especial a T2 e Thatozzy (minha afilhada querida), pela paciência, condução, permissão e pelas melhores risadas