Entrelaçados

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Diário de Bordo : de um admirador de Clowns :O)

Por Luiz Gabriel  em 02/12/2014

POSTES NÃO FALAM
Postes são muitos.
Iguais.
Postes sabem, pela inclinação dos fios, a localização de seu vizinho mais próximo.
Mas, postes não se chamam. Escutam.
Postes são desbocados – sem boca –, posto que não falam.
Saúdam.
A Lua crê que seu nascer acende suas lâmpadas,
e o Sol, que são elas filhos que ele deixa ao dormir.
Postes não discordam. No embora, sorriso.
Postes são de academia, – acadêmicos – atletas,
posto que manejam o peso das velocidades.
O passar dos elétrons.
O passar de uma idosa.
Postes não têm olhos. Enxergam.
Postes do mundo todo unidos.
Desconhecidos.
Fios unem seus propósitos, mas não seus rostos.
Postes não têm rostos. São vistos.
E, posto que não invisíveis, postes são indagados.
E, posto que indagados, postes não falam.
E, posto que silêncio é resposta, postes encontram.
E, posto que encontram...
Passam a existir.
A Lua nasce,
Acendem.
Ou o Sol se vai,
Orgulhos do pai.
Postes não falam,
Mas postes são bicho criado.
Agradecem.

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