Entrelaçados

Entrelaçados

Diário de Bordo

Por Flávia Xavier em 25/08/13

Eu precisava disto. Eu precisava destas 2h e 40 minutos com Natália, Mari e Renatinha reveladas entre narizes, grande ou pequenos, e entre olhares curiosos que buscam incessantemente o outro. Esses revelavam Valentina Pernafina, Nina Stronger, Lolita e eu, Tareco.

Minha satisfação foi imensa, encontrei a mim mesma em cada jogo, em cada criança que tinha exageradamente energia. Maciel com sua sandália de Homem Aranha não seria o mesmo sem aquela gaze na mão fazendo jus à teia de Aranha. O “ser palhaço” não é explicado pelo uso do Nariz Vermelho, exige, sem dúvida, inúmeros “porquês”. Fomos à procura desses “porquês”. Nada melhor do que encontrar o “porquê” no polegar de Gabriel, era um “porquê” que passeava pela mão e pela cabeça dele acompanhado de gargalhadas e terminou em formiguinhas guardadas em nossas mãos. Gabriel criou o jogo lindamente
.
Tornamo-nos DANIZETES, dançarinas da dupla Daniel e Assunção, os quais, à princípio, iriam nos remunerar com 10 centavos, muito aquém de uma dupla que faz, diariamente, show para 100 mil pessoas em casa. Fomos em busca de mais DANIZETES, as que encontramos nos disseram não saber dançar.

Alugamos um carro de excelente qualidade e tentamos tomar banho em minúsculas bacias, descobri que, assim como Marcelo, Tareco não gosta de banhos. Fomos apresentados a todo charme de João, com seu traje de garrafa de água de 500ml, e ao seu amigo, rapaz de nome bíblico, Davi. Como esse leito estava um perigo, com paciente, agora à La “Buenas tardes”, pulando da cama por causa de bala, resolvemos sair depressa. Deparamos-nos com uma mulher usando sapatos ideais para Lolita; ela nos disse que encontraríamos iguais àqueles em Ouricuri. Como nessa terra o calor é de rachar, seguimos o sol, descemos uma escada, já que a cidade é bem interna, lá no interior. Em Ouricuri conhecemos jogador de futebol, artista e até uma pincesinha Emily que estava nos braços de quem nos fez emocionar. Gratidão eterna àqueles olhos marejados e ao abraço de Nati na mesma.

Voltamos, meticulosamente, como quem não quer nada, pelo refeitório. Realizamos o desejo de acampar com pessoas que estavam há mais de 2 horas aguardando a conclusão da cirurgia.

Promovemos desfiles com o abrilhantamento de Raissa e Giovana. Nunca esquecerei, principalmente, dos sopros e abanos coletivos para sanar o queimor que a dipirona intravenosa causava. Nada mais compensatório que ver o choro silenciando e um sorriso, meigamente, ocupando o rosto daquela menina. Foi lindo demais.

Gabriel nos emocionou novamente com a alegria de viver.

Agradeço, com carinho, a esses e a outros pacientes do Maria Lucinda e às melhores companheiras do mundo: Natália Torres, Renatinha e Mari. Desejo para nós e para todos palhaçoteraupetas uma contínua busca dos “porquês”.

Flavinha

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