Entrelaçados

Entrelaçados

Diário das estrelas

Por Renato Lucena em 15/05/14


 Dançar livremente é algo totalmente novo para mim que sempre tive vergonha e fazê-lo, sobretudo no escuro, fez-me lembrar de uma história que eu queria compartilhar com vocês.

 Eu sequer era alfabetizado e já usava óculos, sempre tive uma miopia muito forte. Quando tinha por volta de 11 anos minha, minha mãe comprou adesivos que brilhavam no escudo e que tinham a forma de corpos celestes. Ela os colocou no teto de meu quarto para que, quando eu fosse dormir, eu visse aquelas formas brilhantes. No entanto, nessa época eu já tinha por volta de 4 ou 5 graus de miopia e quem sofre esse mal sabe: seria impossível diferenciar qualquer forma luminosa no teto, passando a ser simplesmente esferas brilhantes, uniformes e desfocadas em um teto distante.

Dessa maneira, por muito tempo foi um dos meus maiores sonhos foi representado pelo desejo de, ao ir dormir, poder ver tudo que estivesse brilhando diante dos meus olhos. Vocês podem se perguntar a razão pela qual eu estaria contanto tudo isso aqui para vocês. Foi que, durante a dança em total escuridão, vocês permaneceram lá brilhando para mim, mesmo que eu não pudesse ver nenhum de vocês, mas enxergava a todos, afinal, o essencial é invisível aos olhos, não é mesmo? Eu só quero dizer que, a cada dia que se passa vocês se tornam minhas estrelas brilhantes, as formas celestes que nem sempre poderei ver, mas sempre irei enxergar. 

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