Por Cecília Brito
Tudo
bem que não faz nem um mês da intervenção externa, mas eu já
estava com saudades de Hortênsia. Eu queria ser Hortênsia de novo.
Ser Hortênsia Clorofila, mas que quase foi Hortênsia Cabeleira por
acabar a atuação meio Elba Ramalho. Senti saudades de dançar
loucamente, falar besteira, puxar conversa com pessoas completamente
aleatórias, de subir o nariz, de encontrar. E é verdade, teve
intervenção externa, mas acho que Hortênsia foi mais Hortênsia no
setor. Foi mais Hortênsia
nos milhares de corredores do Malu, com Petronio e Florencio, onde
fomos escravos, visitamos o spa, dançamos numa festa só pra homem,
mas que 7-0+4-2-1 (=Hortênsia) mulheres podiam entrar (ele tem uma
espada, mas eu to com Jesus, quem ganha?). Vimos Florencio Sem Lenço
rodar o lenço pra pagar um aluguel (pedindo dinheiro com o penico, é
bom deixar claro), descemos pela privada, nadamos, atravessamos a
caverna, tudo em 007 segundos. Foi mais Hortênsia no corredor do
Procape, com Julieta Boleta e Florencio, caçando beijo, vendo Neymar
(e Hortênsia deixou um pouquinho de ser Hortênsia e virou Bruna
Marquezine), a nadadora, cansada de tanto nadar, o homem gravido de
gêmeas que não perdeu a virgindade aos 15 queimando o aro, isso só
aos 16. E quando Hortênsia já estava cansada, depois de dançar, ir
à festa, ver uma hipnose (o lado feminino dele é sapatão!!), ficar
muda, fazer nada, o nariz desceu. Hortênsia saiu um pouquinho e Ceci
voltou e percebeu que Hortênsia ainda é bem perdida, que ela não
sabe andar pelos milhares de corredores do Malu, ou nem sempre sabe
como começar os jogos e que isso tudo ainda assusta ela um pouco.
Mas não tem problema, porque Hortênsia também sabe que quando dá
medo, ela vai com medo mesmo e que ela quer aprender e viver mais
milhões de jogos.
As
bolinhas na caixa quatro dedos abaixo do umbigo já estão loucas pra
se soltar e deixar Hortênsia voltar pro seu recém-construído
infinito compartilhado.
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