Entrelaçados

Entrelaçados

Diário de Bordo

Por Marina Pedrosa em 03/08/14

"As asas do imenso pássaro voador 

Me trouxeram até aqui
E fiquei só"
Meu avô. 40 anos atrás.

Parte I
Nice

Eu vi o azul primeiro. Uns brancos, mas o azul. Era um pássaro, era um mar, era uma mulher.

Buda

Tem vermelho, com certeza que vai ter vermelho. Medo. Não podia ser azul também? Brilha.

'Não poderia ser amanhã?', esta frase martelava na minha cabeça encrustada de medo. Mas eu deixaria Raonne e Olivia atuarem sozinhos? Eu queria participar! Mas e o medo? O nariz de linarius que me acompanhou estava ali, a minha roupa, trazida por Raonne, também estava ali. Raonne e Olivia estavam comigo. O que faltava? Estávamos sozinhos em Budapeste?
Com musica ou sem música? Depende de quem a escuta. Eu ouvi a mais bela melodia no olhar deles, meus olhos encheram de lágrimas. Com a vista embaçada de miopia e de lagrimas, começamos.
Primeiro Ato
I. Um olhar penetrante. A senhora com olhos de águia nos aguardava. O que ela estava pensando? Como vamos nos aproximar? Olhamos. Ela não mudava o olhar, fixava em nós. E o jogo? Tivemos um encontro? O mistério do seu olhar permaneceu. Gravei na memória um pouco das rugas que lá estavam. Hoje, só penso que maravilhas aquele olhar protegia.
II. E quando sentamos na grama, numa roda de amigas e conversamos em húngaro, em inglês, em olhares. Uma boa prosa de verão.
RAONNE FREITAS
(04/08/14)
"Olívia, então...vamos pra buda mesmo!!" - "Aa é?? ótimo!! não esquece o nariz!!" TAAN!! Como assim não esquece o nariz? ela quer atuar com a gente?? --Carambaa, atuar com Olis seria muuito TOP!!-- Mas como assim fazer uma intervenção praticamente do outro lado do mundo sem ter muita experiência?!?...-- Caramba...seria uma oportunidade incrível!! E assim eu fui...pensamentos a mil; medo, nervosismo; mas a certeza : Eu quero muito isso, eu quero muito ter essa experiência, quero muito ajudar meus companheiros que estão láá longe, e não tem tanta oportunidade de atuar!!

Chegamos em Budapeste: "beijinhos... tdo bem?...... Olis: e ai? vamos mesmo?? SIIIIM!!
E assim fomos...projetando mil, desde casa até o local da intervenção.
(...)
E foi a partir desse momento, com muitos sentimentos misturados, que demos início a uma das experiências mais fantásticas de nossas vidas... Bastou subir o nariz... Pronto ; todo medo sumiu e restou apenas a vontade desenfreada de encontrar o que estávamos procurando : ENCONTROS!! Ali mesmo, em baixo daquela ponte, nos encontramos lindamente, de uma forma inexplicável... Não que fosse um encontro “diferente”, mas a nossa emoção estava diferente, os nossos sentimentos estavam diferentes, e naquele momento eu tive a certeza, estamos todos juntos, somos companheiros e nos apoiaremos seja o que vier...
Foi tudo muito lindo, fantástico... Não tem como escrever, realmente não tenho como traduzir em palavras tudo o que vivemos... Mas um fato achei bastante curioso: em vários momentos durante a atuação, quando a nossa energia estava prestes a cair, algo acontecia que retomávamos da melhor maneira possível....prorrogamos a hora de nos despedir, e quando o fizemos, emocionados, não conseguíamos falar nada, ou melhor, apenas palavras de gratidão surgiram...ficamos abraçados – passando essa emoção um para o outro; e no momento em que estávamos nos arrumando, que pegamos o celular, o motivo pelo qual a nossa energia não caia ficou claro: não estávamos só nós três...Vários dos nossos companheiros estavam lá conosco...em cada segundo daquela tarde de domingo! Caramba... Foi muuuito emocionante ver os olhares brilhantes de todos, foi muito emocionante mesmo!! E com certeza foi muito importante para que tudo transcorresse da maneira que aconteceu!!
Gostaria de agradecer muuuito pela oportunidade maravilhosa que temos de participar desse projeto tão maravilhoso!!
Um beijo enorme em cada um de vocês e a minha eterna gratidão!! 

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