Entrelaçados

Entrelaçados

Diário de Bordo

Por Letícia Pina

"Ei! Eu tenho medo disso!" Foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando Gentileza comentou a atuação de Pilombeta. É que por mais que você saiba o que não deve fazer, pode se pegar sendo mequetrefe. Por estar cansado. Para se proteger, ou simplesmente por erro. Então sim, eu digo a vocês, eu tenhho medo. E o meu medo não me dá folgas. Brinca de me perseguir. Brinca, não trabalha sério nisso. E sempre que me encanto por algo, puxa meu braço na direção oposta. O meu medo é meu segurança. E quando minha segurança se destrai, eu corro. 

E aí eu aceito desafios. Topei dar aula aos meus colegas, me inscrevi no palhaço, escolhi medicina. Medo é o que eu sinto quando prometo aos meus avós que eles vão me ver formada, ou quando me imagino cuidando dos avós das outras pessoas. Aí, mais uma vez eu fujo. Não ignoro, me esforço, doo meu sangue. E domingo foi um dia muito especial. E nunca tinha conseguido fugir por tanto tempo. Não tinha medo que limitasse meus movimentos, que abafasse a minha música ou que prendessse meu canto. Se restava alguma pontinha de medo, os olhos de Kim fizeram ele dormir. E ainda deram energia pra estudar pra PI sem precisar de café. Sem querer desmerecer os outros dias de oficina, mas aquele foi diferente. Deu pra ver nos olhos das pessaos. Eu imagino que cada um deve ter visto alguma cosa especial no olhar do seu parceiro, e como diria Anália um olhar diz tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário