Por Renato Lucena em 16/01/15
Sempre
me foi dito em meio a histórias "Menino, eu achei tão
engraçado que acabei chorando de rir." No entanto, nunca
esperei passar por uma experiência tão literal acerca dessa
expressão.
Estávamos nós dois mais uma vez, Petrúcio e
Doralina, com corpos dançantes, olhares brilhantes e narizes
vermelhos, estávamos prontos para tentarmos ser mais com o menos que
éramos. Quando eis que em um deslize, quase que com uma maldade, mas
sendo um ato totalmente culposo, acabei por borrifar lágrimas nos
olhos de Dora, nunca havia sido minha intenção fazer aquilo, e ao
encontrar com minha companheira percebi que ela entendia. Caminhamos
juntos, lado a lado, enquanto um ria o outro chorava, enquanto um
chorava de rir o outro ria de tanto chorar. E foi assim que seguimos,
um sendo não apenas o mais puro oposto do outro, mas bem como seu
complementar absoluto, quase como duas forças opostas que guerreavam
entre si, mas que ainda sim, se mantinham em total harmonia. Os
encontros e olhares que semeamos e colhemos ao longo de nosso
trajetos foram de uma magnitude sem tamanho, pelos quartos e
corredores as pessoas passavam a se identificar conosco, pois
passávamos a ser um retrato da vida, uma vida que era permeada não
somente por lágrimas, como também por risadas, duas faces de uma
única moeda que estavam de comum acordo de coexistir e se respeitar
por saber que um jamais poderia existir em plenitude sem o outro.
No
entanto, eis que é chegada a hora da dita partida, e como já é
profetizado no dito popular, a dor do parto é grande. E mais uma vez
nos vimos em um misto de tristeza por ter acabado e em êxtase por
termos vivido. Estávamos extremamente agradecidos um ao outro e,
sobretudo, às flores que cultivamos em nosso caminho.
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