Por Renato Lucena em 04/08/14
Maquiar-se, alongar-se, subir energia! A cada vez que eu faço tudo isso, tenho a impressão de que nunca passei por nada daquilo antes e que essa é a primeira vez. Encontrar meus companheiros e subir minha máscara sempre será uma aventura que permanecerá em um mundo construído por nós, mas foi quando eu ganhei o mundo hoje, quando ganhei o MALU que eu tive a melhor surpresa que poderia esperar, foi logo na primeira enfermaria que, ao entrarmos, fomos recepcionados com uma chuva de olhares e até mesmo gritos histéricos de uma menininha assustada. No entanto, em meio a tantas coisas, me vi ser cativado por duas pedrinhas de brilhantes que haviam tomado o lugar os olhos de uma criança, uma criancinha de menos de um ano de idade, uma criancinha que apenas por chamar-se Gabriel já me ganhava.Nos encontramos e eu fui cada vez mais me aproximando, reconhecendo o seu espaço e fazendo o possível para respeitá-lo, de maneira que, quando ele estava ao alcance dos meus braços, eu os estendi a ele e em um gesto de total reciprocidade, ele se lançou em minha direção. Daí por diante confesso, o mundo pareceu ter acabado, tudo se resumia a um olhar, a um encontro. Nenhuma palavra foi pronunciada, ao menos não verbalmente, nossa linguagem era muito diferente. Afinal, a linguagem é uma fonte de mal entendidos, não é mesmo? Tê-lo ali junto a mim, foi uma das experiências mais fantásticas que já tive, pois eu via que aquela criança, aquela pequena criança, estava me reconhecendo de uma maneira que eu nunca havia esperado, que pela primeira vez que sabia como era ser visto com os olhos de um outro alguém e precisei me segurar para que minha jarra não transbordasse em meu olhar (coisa que não estou me dando o trabalho de fazer agora). Infelizmente eu precisei dizer adeus, mesmo tendo sido cativado, mas sei que foi graças a ele que eu ganhei um novo mundo.
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